sexta-feira, 27 de junho de 2008

New face



Via Gawrer, dizendo que "Barack Obama é mais popular que Jesus Cristo e Angelina Jolie".

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Déficit de atenção

Este fim de semana, Natividade (RJ), a cidade onde voltei a viver desde setembro do ano passado, esteve em festa. Rolou a 23ª exposição agropecuária local, de quinta a domingo. Só pude ir na sexta, felizmente. Surgi na companhia da Bruna, da Juliana, da Cynthia e da Fernanda.

A sensação de deslocamento foi geral, devo admitir. Enquanto eu não tinha ninguém com quem conversar, minhas 4 companheiras cumprimentavam todos com beijos e abraços. Elas são todas elas uns amores, mas têm lá seus compromissos, e eu, de fato, não queria atrapalhar.

É o meu jeitão também; não vou nem reclamar. Mas também não vou negar que é cruel viver assim. No desespero meu, ficava olhando para todos os lados em busca de alguém com quem pudesse compartilhar aquela noite de frio, uma ou duas palavras. E nada. Cumplicidade zero, com todos ali presentes.

Aí eu fui me sentindo a pessoa mais sozinha do mundo, o que é normal, nessas horas. Um sentimento nem novo nem único, que vem geralmente acompanhado de um: “será que é hora de ir embora?”.

Geralmente, eu fico, porque adoro enfrentar situações difíceis. E fui ficando, sentido um frio danado, quieto como se um gato tivesse comido a minha língua (antes fosse).

Mas, também, pudera: a festa estava bem fraca. Tomei três cervejas e só lá pelas tantas aconteceu alguma coisa: uma amiga lésbica bebeu demais e começou a querer caçar confusão com um cara lá. Tivemos que apartar o princípio de briga, motivo o suficiente para esquentar o clima. E, assim, um assunto brotou do chão, feito uma flor.

Depois disso, a luz acabou (sério! Rolou um blackout) e eu fiquei morto de vontade de ir embora. Só que minha carona decidiu ir ficando mais um pouquinho, mais um pouquinho. Acabei que permaneci lá por mais umas duas horas, louco de frio. Estava tão de saco cheio que resolvi tomar uma atitude idiota (idiotíssima): acendi um cigarro, coisa que não faço há tempos. Dei duas tragadas e comecei a tossir muito, mas fui até o fim, porque, como disse, adoro situações difíceis.

Cheguei em casa era umas 5h. Dormi e, quando acordei, estava super gripado e, assim, venho me mantendo até hoje, cinco dias depois. Sabe aquela história de sair à noite e pegar um resfriado?

O retorno

Naufrágios à parte, eu voltei.

domingo, 1 de junho de 2008

Fantasia rasgada


Então, resolvi tocar o barco. Vamos ver até onde ele nos leva. Porque, ao contrário de Cecília Meireles (o fim de semana é dela), não pretendo abrir o mar com as mãos, para o meu sonho naufragar. Deixo o barco correr.

Quero mais é me expor, tenho dito no MSN aos que me visitam e comentam (cometem!). O problema é quando não se tem o que pôr em exposição. Já que, pelo menos nos últimos meses, não me aconteceu nada além de fantasias. Um blog fantasiado, então, é o jeito. Uma vida inteira inventada.

Por outro lado, tem aquela história do cara que ficou tão viciado em postar a vida dele na internet que passou a viver as coisas mais absurdas só pelo prazer de contá-las depois no blog. A cada post, ele precisava de historias mais e mais chocantes para aplacar seu vício, e mais e mais chocante foi ficando a sua vida.

E esse é só o começo.

Aos poucos, vou postando o que resta, aqui, pra vocês.

sábado, 31 de maio de 2008

Porque hoje é sábado



Hoje, eu acordei e, quando me olhei no espelho, o que eu vi não chegava a ser propriamente um rosto, era antes o reflexo de uma situação difícil. Tipo o retrato de Cecília Meireles: eu não tinha essa cara assim.

De modo que eu estava pronto para passar os próximos minutos apontando as falhas, desvendando as rusgas, lembrando cada espinha que eu espremi (espinhos que eu engoli).

Mas, decidi que hoje, não. Lembrei que é sábado, e sábado ninguém merece.

Madonna - Give It 2 Me [OFFICIAL VIDEO]




"Give It 2 Me" é a melhor música do CD... Pelo jeito, é o melhor clipe também.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

A vida, Londres, este momento de junho



Estou lendo “As Horas”, de Michael Cunningham, pela 15ª vez. Além de lindo, o livro é uma espécie de banquete pra ser devorado às pressas, lambuzando a boca, lambendo os dedos.

Minha relação com “As Horas” é obsessiva, nota-se. Em tempos remotos, bradei aos quatro ventos que se tratava de uma obra-prima. Hoje, macaco velho e bem vivido, percebi que a coisa é outra: “As Horas” é o livro da minha vida – e nada mais.

Descobri isso na 13ª leitura, quando, induzido pelas páginas 122 e 123, pus meu inconsciente pra fora e pude ver, quase pude tocar, coisas sobre mim que eu desconfiava, mas não sabia.

Tá, eu confesso que, antes dessa "experiência", eu havia "experimentado" um monte de coisa na casa do Rodrigo. Abaixo, o trecho em questão:

"É possível morrer. Laura se indaga, de repente, como ela – ou qualquer pessoa – pode fazer uma opção dessas. É um pensamento afoito, vertiginoso, meio sem corpo – que se anunciou em sua cabeça, de modo vago, mas distinto, como uma voz estalando numa estação de rádio distante.

Ela podia decidir a morrer.

É uma noção abstrata, luminosa, nada mórbida. Quartos de hotel são onde as pessoas fazem coisas como essa, não é verdade? É possível – talvez até mesmo provável – que alguém tenha posto fim à sua vida bem aqui, neste quarto, nesta cama. Alguém que disse: Basta, chega; alguém que olhou pela última vez para estas paredes brancas, para este teto branco e liso. Percebe então que, ao entrar num hotel, a pessoa deixa as particularidades de sua própria vida e entra numa zona neutra, num quarto branco e limpo, onde morrer não parece tão estranho.


Talvez pudesse ser profundamente reconfortante; talvez haja uma libertação: simplesmente partir. Dizer a todos eles: Não consegui administrar, vocês não fazem idéia; eu não queria mais tentar. Talvez haja, ela pensa, uma beleza tenebrosa nisso, como um campo de gelo, ou um deserto de manhã bem cedo.

Ela poderia ir, por assim dizer, para essa outra paisagem; podia deixá-los todos para trás – o filho, o marido e Kitty, todos eles – nesse mundo sofrido (nunca mais voltará a ser sadio por inteiro, nunca mais voltará a ser de todo limpo), dizendo um para o outro e para quem perguntasse: Nós achávamos que ia tudo bem com ela, achávamos que suas mágoas eram mágoas comuns. Não tínhamos idéia.

Ela acaricia a barriga. Eu nunca. Diz as palavras em voz alta, no quarto limpo e silencioso: “Eu nunca”. Ela ama a vida, ama com todas as forças, pelo menos em determinados momentos; e estaria matando também o filho. Estaria matando seu filho, seu marido e a outra criança, que ainda se forma dentro dela. Como poderia, qualquer um deles, se recuperar de algo assim? Nada do que possa fazer como mãe e esposa viva, nenhum lapso, nenhum acesso de raiva ou depressão encontraria um paralelo. Seria, pura e simplesmente, mau. Abriria um buraco na atmosfera, através do qual tudo aquilo que criou – dias pacatos, janelas iluminadas, a mesa posta para o jantar – seria sugado.

De todo modo, está satisfeita em saber (porque de alguma maneira, de repente, ela sabe) que é possível parar de viver. Há conforto em encarar toda a gama de opções; em considerar todas as escolhas, sem medo e sem malícia. Ela imagina Virginia Woolf, virginal, desequilibrada, derrotada pelas exigências tremendas da vida e da arte; imagina-a entrando num rio com uma pedra no bolso. Laura continua acariciando a barriga. Seria tão simples quanto entrar num quarto de hotel. Seria simples assim."

Platéia, uma salva de palmas.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Traga uma corda, irmão


Eu verde

Segunda-feira braba, hein?

Se alguém me perguntasse como eu me sinto: desesperado, eu diria, dramática e pausadamente.

Passei o dia todo me rastejando pelo chão, fugindo de luz e de gente. O estômago embrulhado, louco, em vão, pra vomitar. Minha pele verde fazia-me pensar em um algo feio, pegajoso e brilhante, tipo o Shrek.

Deve de ser coisa desta dor chata que se instalou na boca do meu estômago e que transformou meu fim-de-semana num deus-nos-acuda.

No sábado, que foi quando a dor apareceu, eu não fiz nada além de ler, ver e ouvir. Eram 10 da noite, e eu já estava exausto. Dormi e nem deu pra pensar em sair, chamar alguém pra alguma coisa, encher a cara ou protagonizar uma orgia.

No domingo, eu não fiz nada também, além do óbvio: ver TV, ler jornal e sentir dor, que continuava ali. Varei a madrugada assistindo (atrasado) ao DVD de “Nota Sobre um Escândalo” (corajoso filme acerca de uma lésbica obssessiva que se apaixona por uma mulher hétero e pedófila). Depois, fui dormi e tive vários pesadelos.

Na segunda – ou seja, hoje – acordei tarde, não comi nada, mas me entupi de Sonrisal, que eu adoro. Não melhorou, mas, ao menos, deu pra ligar o computador e escrever isto que vai saindo aqui: a realidade é insuportável, baby.

Amanhã, procurarei um médico.

Irmão, a corda.

O título do post é inspirado na poesia de Cazuza. A letra completa segue abaixo...

A poesia de Cazuza


Cobaias de Deus
Em Burguesia, de 1989



Se você quer saber como eu me sinto,
Vá a um laboratório ou um labirinto
Seja atropelado por esse trem da morte

Vá ver as cobaias de Deus
Andando na rua pedindo perdão
Vá a uma igreja qualquer
Pois lá se desfazem em sermão

Me sinto uma cobaia, um rato enorme
Nas mãos de Deus mulher
De um Deus de saia
Cagando e andando
Vou ver o ET
Ouvir um cantor de blues
Em outra encarnação

Nós, as cobaias de Deus
Nós somos cobaias de Deus
Nós somos as cobaias de Deus

Me tire dessa jaula
Irmão, não sou macaco
Desse hospital maquiavélico
Meu pai e minha mãe, eu estou com medo
Porque eles vão deixar a sorte me levar

Você vai me ajudar, traga a garrafa
Estou desmilingüido, cara de boi lavado
Traga uma corda, irmão (irmão, acorda!)

Nós, as cobaias, vivemos muito sós
Por isso, Deus, tem pena, e nos põe na cadeia
E nos faz cantar, dentro de uma cadeia
E nos põe numa clínica, e nos faz voar

Nós, as cobaias de Deus
Nós somos cobaias de Deus
Nós somos as cobaias de Deus

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Chico Buarque (fazendo efeito)


Pedaço de mim

Em Ópera do Malandro (1979)



Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar

Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais

Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu

Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi

Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Leva os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor

Adeus.

Na imagem acima, índios brasileiros comendo gente, segundo relato de Hans Staden, ilustrado por Theodoro de Bry, em 1549.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

A culpa é sempre do padê


Eu (dir.) e um amigo da Hanna, numa festa anos 80, no Clen.
Foto: www.acheioce.net


E o finde foi bom, pra variar. Na quinta, 15 de novembro, a Hanna me ligou dizendo que estava na cidade por causa do feriadão. Ótima notícia! Passei todo o restinho de tarde com ela, conversamos sobre coisas da vida e tivemos um momento de paz, tipo Renato Russo e Leila. Oba!

Na sexta, 16, teve a festa Onde Está Você, Geração Anos 80?, da Aline, no Clen. Fomos eu, Hanna, Bruna, Cynthia, dois amigos da Cynthia e o amigo da Hanna que aparece na foto acima. Também encontrei com a Lara e com o João Paulo, amigos de longa data. Bebi bastante e acabei metendo meu nariz onde fui chamado.

Depois disso, eu tive uma amnésia alcoólica. Só lembro da Hanna fofa descolando uma carona pra gente ir embora, antes que a coisa ficasse preta, branca, amarela e vermelha pro meu lado.

No sábado, 17, acordei e fui logo vomitando. Uma coisa verde, estranhíssima. Passei o resto da tarde me remoendo na cama. A cara inchada de sono, sonhos e solidão.

No domingo, ode ao nada passei o dia todo vendo filme pornô na internet. Depois, fui dormir. Enquanto não pegava no sono, tentei formular uma teoria sobre a ditadura do off no cinema contemporâneo, mas não cheguei à conclusão alguma, pra variar. Conjeturas à parte, de uma coisa tenho certeza: a culpa é sempre do padê... ê, ê.

Que venham os próximos dias, então.

sábado, 10 de novembro de 2007

Princípio de equilíbrio (original mix)














Mesmo distante
É você que mantém meu equilíbrio
E isso é preocupante
Quero que você devolva todo instante
Que você levou de mim

Mal me equilibro
Sinto que eu posso cair a qualquer momento
Na tentação ou num abismo
Nesse buraco que você cavou pra mim

Deseliquilibro
Ando mal nessa corda bamba
Quase caio
Finjo desmaios
Culpa de te querer assim

Sufocante
Dilacerante
É você que mantém meu equilíbrio distante

domingo, 21 de outubro de 2007

O churrasco


Capa do DVD em questão

Domingo passado teve um churrasco aqui em casa pra comemorar o sucesso de uma cirurgia recém-realizada por minha mãe (ela, coitada, retirou o útero). Marcaram presença: eu, minha tia Rosa, minha avó Aracy, meu avô Samuel, meu pai, minha mãe e meus primos Lucas, Naná e Felipe, todos por parte de mãe.

Minha tia Rosa, fervida como é, trouxe de casa alguns DVDs de música ao vivo, pra animar o ambiente enquanto a carne assava, o tempo passava e eu me embriagava. Entre as novidades, o DVD do Barão Vermelho tocando ao vivo no Rock in Rio 1, em 1985. “É o mesmo que estão anunciando na TV”, ferveu ela.

Nunca imaginei que Rosemary Maria, a fervida, teria esse tipo de gosto musical (assim como ela nunca deve ter imaginado que eu também o tivesse). De qualquer forma, botamos o disco pra rodar e, enquanto ele rodava, minha tia foi falando. Disse que, em 1985, ela tinha 18 anos e fervia pencas ao som daquelas músicas; contou que, naquele tempo, todo mundo usava aquelas roupas e que o povo era mesmo muito doido.

De fato, aquela era uma época bem especial para o Brasil. Na mesma data do show do Barão Vermelho que está no DVD 15 de janeiro de 1985 Tancredo Neves foi eleito presidente, com a promessa de redemocratizar o país após 21 anos de governo militar.

Sem censura, 85 mil pessoas se jogaram na lama da Cidade do Rock, feliz da vida por acreditar ser possível viver em um país menos careta. "Que o dia nasça lindo para todo mundo amanhã. Um Brasil novo, com uma rapaziada esperta", ferveu Cazuza, ao final do espetáculo, depois de "Pro Dia Nascer Feliz".

O repertório do show traz o melhor do Barão Vermelho em seus 3 primeiros discos. São 13 músicas, entre as quais: "Milagres", "Down em Mim", "Bete Balanço", "Todo Amor que Houver Nessa Vida" e a bela "Mal Nenhum", parceria entre Lobão e Cazuza, até então inédita . Nos extras, entrevistas com os bastidores do show e um clipe com “Um Dia na Vida”, extraído da segunda apresentação da banda no Rock in Rio 1, em 20 de janeiro de 1985.

No YouTube, tem a performance de “Menina Mimada”, com comentários de Nelson Motta, exibida na TV à época. Tem também uma reportagem feita por Glória Maria, ao vivo, no Jornal Nacional, enquanto a banda tocava "Sem Vergonha". Abaixo, Cazuza em entrevista fervida à Leila Cordeiro, logo após o show.


Ah! O DVD não fez muito sucesso no churrasco que rolou aqui em casa, não. Deve ter sido falta de identificação com o público do evento. Não sem protesto, foi substituído pelo acústico do Bruno e Marrone, bem mais condizente com a ocasião.


XD

sábado, 20 de outubro de 2007

A importância de se chamar Jorge



De cima para baixo: Lafond, Seu, São, Ben, Luiz da Silva e Luiz da Silva Júnior, só para citar alguns exemplos

Fazenda Buracada, zona rural do município de Natividade, estado do Rio de Janeiro. No final da década de 1940, a lavradora Júlia Maria da Silva conheceu o também lavrador Pedro Luiz da Silva. Namoraram por alguns meses, até que veio dele uma proposta de amor, que falava em casamento. Júlia respondeu que iria pensar, numa boa: “Não se dá um sim, assim, à toa", citando Tom Zé.

Passadas semanas, pedido feito... pedido aceito. Já na primeira noite – talvez segunda – duas crianças foram inventadas ali mesmo. No chão da cozinha, na esteira da sala, num canto do quarto. Menino e menina os fizeram. Gêmeos, ainda por cima.

A saúde de Júlia nunca foi de ferro. Na velhice, era a tal pneumonia, diziam. A tosse lhe causaria sérios problemas. Mas, por enquanto, bastava um pré-natal – que não havia. A gravidez se complicou, mas as crianças nasceram (e morreram logo em seguida).

Coitada de dona Júlia, era a primeira gravidez. A segunda veio em 1953. Nascendo-lhe um filho varão, olhou para o céu e fez pose de promessa – se lhe fosse concedida a graça de vingar esta criança, daria-lhe o nome de Jorge, em homenagem ao santo e guerreiro.

Assim, nasceu meu pai, batizado Jorge Luiz da Silva, desconfiado até da própria sombra. Ao nascer-me-eu, batizou-me júnior dele mesmo, Jorge Luiz da Silva Júnior. Como se, naquele momento, incubisse-me a tarefa de usar capa e espada para derrotar dragões caminho a fora – destino daqueles que nasceram para ser Jorge na vida. Salve, Jorge.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Para início de conversa


Foucault é tendência

Eu, Pierre Rivière, que degolei minha mãe, minha irmã e meu irmão, e querendo tornar conhecidos os motivos que me levaram a esta ação, escrevi toda a vida que meu pai e minha mãe levaram juntos durante seu casamento.

Fui testemunha da maior parte dos fatos que estão escritos no fim desta história (no que se refere ao princípio, ouvi meu pai contar, quando falava disso com seus amigos e também com sua mãe, comigo e com os que disso tinham conhecimento).Em seguida, direi como decidi cometer esse crime, o que eu pensava então, e qual era minha intenção, direi também qual era a vida que levava entre as pessoas, direi o que se passou no meu espírito depois de cometer esta ação, a vida que levei e os lugares por onde passei desde o crime até minha prisão, e quais foram as resoluções que tomei.

Toda essa obra será escrita em estilo muito grosseiro, já que sei apenas ler e escrever; mas, contanto que se compreenda o que quero dizer, é tudo o que peço, e redigi tudo da melhor maneira possível, ok?

;-)