quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Chico Buarque (fazendo efeito)


Pedaço de mim

Em Ópera do Malandro (1979)



Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar

Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais

Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu

Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi

Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Leva os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor

Adeus.

Na imagem acima, índios brasileiros comendo gente, segundo relato de Hans Staden, ilustrado por Theodoro de Bry, em 1549.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

A culpa é sempre do padê


Eu (dir.) e um amigo da Hanna, numa festa anos 80, no Clen.
Foto: www.acheioce.net


E o finde foi bom, pra variar. Na quinta, 15 de novembro, a Hanna me ligou dizendo que estava na cidade por causa do feriadão. Ótima notícia! Passei todo o restinho de tarde com ela, conversamos sobre coisas da vida e tivemos um momento de paz, tipo Renato Russo e Leila. Oba!

Na sexta, 16, teve a festa Onde Está Você, Geração Anos 80?, da Aline, no Clen. Fomos eu, Hanna, Bruna, Cynthia, dois amigos da Cynthia e o amigo da Hanna que aparece na foto acima. Também encontrei com a Lara e com o João Paulo, amigos de longa data. Bebi bastante e acabei metendo meu nariz onde fui chamado.

Depois disso, eu tive uma amnésia alcoólica. Só lembro da Hanna fofa descolando uma carona pra gente ir embora, antes que a coisa ficasse preta, branca, amarela e vermelha pro meu lado.

No sábado, 17, acordei e fui logo vomitando. Uma coisa verde, estranhíssima. Passei o resto da tarde me remoendo na cama. A cara inchada de sono, sonhos e solidão.

No domingo, ode ao nada passei o dia todo vendo filme pornô na internet. Depois, fui dormir. Enquanto não pegava no sono, tentei formular uma teoria sobre a ditadura do off no cinema contemporâneo, mas não cheguei à conclusão alguma, pra variar. Conjeturas à parte, de uma coisa tenho certeza: a culpa é sempre do padê... ê, ê.

Que venham os próximos dias, então.

sábado, 10 de novembro de 2007

Princípio de equilíbrio (original mix)














Mesmo distante
É você que mantém meu equilíbrio
E isso é preocupante
Quero que você devolva todo instante
Que você levou de mim

Mal me equilibro
Sinto que eu posso cair a qualquer momento
Na tentação ou num abismo
Nesse buraco que você cavou pra mim

Deseliquilibro
Ando mal nessa corda bamba
Quase caio
Finjo desmaios
Culpa de te querer assim

Sufocante
Dilacerante
É você que mantém meu equilíbrio distante